Knipolegus lophotes

General Informations

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Wingspan

Nests : location, seasons and description

Localidade de observação dos ninhos

Arcos, Minas Gerais (17 ninhos)

Hábitat

Habita áreas abertas com árvores esparsas, arbustos e capões de mata. Ás vezes em campos alagados e ribanceiras de rios.

Ninho

Tem o formato de taça alojada na fenda de uma rocha ou na borda de um barranco, muitas vezes escondida por ervas pendentes. Também encontrado numa pequena parede na calha de um rio, por trás de uma queda d’água e em uma cavidade na parede de um silo de grãos, quando foi reocupado por vários anos seguidos.

Internamente o ninho é tecido a partir de finíssimas raízes pretas, sobrepostas a camadas de pequenas raízes, lianas, folhas, musgos e lama seca.

Diâmetro externo 12 cm, diâmetro interno 8 cm, altura externa 7 cm profundidade interna 3 cm, (9 ninhos). Peso 27 g (1 ninho).

De acordo com outros pesquisadores, um ninho encontrado sobre uma estreita plataforma de um paredão rochoso estava a uma altura de aproximadamente 3,5 m do solo, em um local onde havia um pequeno corpo d’água formado pelo escoamento de pequenas nascentes. O ninho era aberto e circular, construído com ramos finos, raízes e liquens e estava num local úmido, sombreado e escondido2.

Eggs and young

Ovos 

Postura média de 2,7 ovos (15 posturas). São de cor bege, manchados irregularmente com marrom avermelhado e malva, além de pontos escuros, que estão mais concentrados no polo arredondado, onde as vezes formam uma coroa vaga. Forma : oval (17 ovos), oval pontiagudo (9 ovos), oval longo pontiagudo (8 ovos). Peso 4,1g (36 ovos).

Incubação

15 dias (1 ninho).

Ninhegos

Nascem com uma penugem cinza muito fina na parte superior do corpo. A pele das costas é amarela escura, enquanto o resto do corpo é de um tom de amarelo claro. O bico também é amarelo claro, a garganta e a língua são alaranjadas. O tarso e os dedos apresentam um tom amarelo ferrugem e as unhas são cinza. Permanência no ninho

20 dias (1 ninho), 16 dias (1 ninho).

General behavior

Comportamento geral

Alimenta-se de insetos, que caça partindo em voo de um poleiro em direção da presa para capturá-la no ar. Permanece por muito tempo imóvel, no mesmo galho, geralmente em baixa altura, à espera do melhor momento de sair para a captura.

O casal fica junto por todo o ano, são silenciosos, discretos e muito leais aos locais de nidificação, frequentemente reformando um ninho antigo ou construindo um novo no mesmo local do anterior.

Se ocorre a predação de ovos, a fêmea realiza nova postura no mesmo ninho nos dois dias seguintes (2 observações em Arcos).

Estudos realizados em Minas Gerais por outros pesquisadores apontam que esta ave apresenta comportamento territorialista2. De acordo com os autores do estudo, o território dessas aves pode se tornar menor na época de nidificação, quando os adultos voltam sua atenção para a defesa dos ninhos, descuidando-se assim do restante do território que pode ser então invadido2. Os pesquisadores observaram  ainda que o territorialismo é comum na especie, no entanto o contato físico não se faz necessário e os conflitos acontecem com posturas características, exibições visuais e em alguns casos ocorre perseguição. Também relataram que essas aves passam a maior parte do tempo nas manchas de vegetação de porte arbóreo arbustivo, apenas sobrevoam as regiões de campo limpo e se alimentam de insetos capturados no solo e de frutos de Miconia albicans, uma fonte importante de sua dieta, que inclusive determina o tamanho da sua área de ocupação2.

Em estudos sobre o comportamento da espécie é mencionado que ela habitualmente adota estratégia de captura utilizando poleiros específicos em certas árvores, para os quais retorna após cada investida para caçar os insetos em voo e eventualmente obtém o alimento voando do poleiro até o chão, principalmente quando a concentração de presas torna-se elevada no solo úmido ou após a queimada de pastagens1.

Um terceiro autor relata que elas voam do alto de uma pequena árvore ou arbusto para outro, em áreas abertas, para capturar insetos no ar e também se alimentam de pequenos frutos em outros momentos3.

Em Arcos essa espécie é fortemente parasitada por Molothrus bonariensis.

Em 15 ninhos ativos observados contendo ovos, somente dois não foram parasitados.

Entre 1988 e 1998 foi encontrada a seguinte frequência de parasitismo:

 

Número de ovos do construtor e do patasita

De 15 ninhos, nove eram parasitados. O parasito botava dois à cinco ovos por ninho.

 

K. lophotes M. bonariensis Numero de ninhos
2 0 3
3 0 3
2 1 1
3 1 1
0 2 1
2 2 1
4 2 1
2 2 2
2 2 2
2 5 2
3 5 1

 

Geralmente os jovens de maria preta K. lophotes morrem antes de voarem do ninho quando tem o seu ninho parasitado. No entanto, em uma ocasião, ambas espcéies voaram :  um jovem chupim M. bonariensis deixou o ninho em 31 de outubro 1996, seguido por dois jovens de maria preta em 02 de novembro 1996.

Field notes

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org

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