Nystalus maculatus

Hábitat

Bordas de florestas secundárias, caatingas, cerrados, campos com arbustos e vegetação baixa e nas margens de rios, ravinas ou estradas rurais.

Localidades

Quebrangulo, Minas Gerais (2 ninhos), Monte Gordo Camaçari, Bahia (1 ninho), Poconé, Mato Grosso (1 ninho).

Período de reprodução

Em fevereiro nos estados de Alagoas e Bahia. Em outubro no Mato Grosso.

Ninho

O ninho é uma cavidade com um túnel horizontal ou em ligeiro declive para baixo. Pode ser localizado em solo plano e em taludes de baixa altura. O comprimento do túnel varia entre 60 e 100 cm (4 ninhos).

Um ninho registrado na Argentina estava em um barranco, nas margens de uma estrada a 1,20 de altura. O diâmetro da cavidade mediu 7 cm e o túnel até a câmara incubatória tinha 1,10m de comprimento¹.

Ovos e postura

Postura de dois ovos brancos (2 ninhos).

Outros pesquisadores no estado da Bahia mencionam que essa espécie se reproduz em buracos que escava nos barrancos e sua postura consiste de dois ovos de cor branca².

Na Argentina, dois ovos foram descritos como diferentes em relação à sua forma, sendo um deles oval largo e o outro elíptico, porém eram iguais na coloração branca, ligeiramente acetinada. As suas dimensões foram 24 x 19,5 mm e 26,5 x 21 mm⁴.

Ninhegos

Com sete dias de nascido a pele é vermelha púrpura, a plumagem é cinza escuro, o peito e o ventre são brancos. O bico escuro tem a ponta clara e as comissuras roxas, a garganta é rosa pálido. O olho é castanho e a pele ao redor dos olhos é cinza escuro.  Adquire uma plumagem adulta assim que voa do ninho, mas o colar laranja-ocre é menos brilhante. O bico permanece escuro e apenas a extremidade fica ligeiramente rosa claro. O olho permanece marrom uniforme e ainda não é perceptível o círculo amarelo ao redor da íris.

Comportamento geral

O casal canta em dueto, especialmente na época de reprodução. Fora desse período tem um comportamento discreto e muitas vezes passa despercebido, ainda que esteja em um ambiente de fácil visualização como clareiras, bordas de florestas e outras áreas de vegetação aberta.

Caça insetos, como gafanhotos, besouros, louva-deus, cupins etc. Possivelmente também captura as presas no chão, uma vez que o vimos revolver com o bicho as folhas mortas no solo como se estivesse à procura de alimento.

Macho e fêmea alimentam os filhotes com insetos inteiros. A partir do quinto dia, os filhotes vêm ao encontro dos pais até a saída do túnel, onde competem para assumir a prioridade para receber o alimento, pois a abertura é estreita e oferece espaço para apenas um deles

De acordo com os pesquisadores na Bahia, o seu nome comum, joão-bobo, deve-se à sua “mansidão”, pois costuma ficar imóvel no meio da vegetação, observando tudo que se passa ao seu redor. Além disso, como o seu colorido e a sua forma lhe fornecem uma perfeita camuflagem, passa muitas vezes despercebido. Os autores também relatam que muitas vezes pousa nos fios da rede elétrica das margens de estradas como ponto de observação e alimenta-se de insetos, lagartixas e calangos que apanha no solo².

Foi registrado alimentando-se de uma pequena serpente Chironius flavolineatus no estado do Mato Grosso. Segundo os autores da pesquisa, a cabeça da serpente estava bastante machucada, o que pode sugerir que a ave direciona seus golpes nessa região para abater e capturar a presa³.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.com