Nystalus chacuru

Hábitat

Campos e áreas abertas com arbustos e taludes de terra nas margens de estradas e caminhos.

Localidades

Arcos, Minas Gerais (2 ninhos), Alto Parnaíba, Maranhão (2 ninhos),

Epoca de reprodução

De novembro a janeiro, em Arcos, Minas Gerais e Alto Parnaíba, Maranhão

Ninho

É uma cavidade escavada pela própria ave em taludes entre 60 a 150 cm acima do solo. A entrada da cavidade mede de 6 a 7 cm de diâmetro (3 ninhos)  e aprofunda-se em um túnel que varia entre 50 (2 ninhos), 60 (2 ninhos) e 80 cm (2 ninhos) de comprimento.

Os ninhos observados estavam situados em taludes de terra, nas bordas de estradas, na parede lateral de uma ravina e em alguns locais próximos a cavidades de ninhos antigos, que às vezes podem ser reocupados.

Um ninho encontrado na Argentina estava em um barranco das margens de uma estrada, a 60 cm de altura. O diâmetro da cavidade tinha 7 cm e o túnel até a câmara incubatória mediu 1,00 m de comprimento².

Ovos e postura

Posturas de  3 ovos brancos (3 ninhos). Dimensões: 22,6 x 17,2 mm, peso 7 g (3 ovos).

Incubação

20 dias (1 ninho).

Ninhegos

Nascem nus com pele bege e sem penugem e adquirem plumagem cinzo à partir do décimo dia de vida.

No momento de deixar o ninho, a cabeça e o bico são cinza-escuro com o colar tipica da nuca já bem marcada mancha branca nos lados da cabeça. O peito apresenta coloração marmorizada com tons de cinza claro e cinza escuro.

A partir do décimo dia de vida, e bem antes de voar, os jovens se aproximam da entrada do ninho para receber a comida trazida pelos pais. Eles são muito agressivos uns com os outros e lutam competindo pelo melhor lugar. Eles vocalizavam sem cessar e emitiam chilreios longos e ininterruptos.

Permanência dos jovens no ninho

27 dias (1 ninho)

Comportamento geral

 O casal canta um longo dueto melodioso, com duas ou três sílabas decrescentes. O canto é de tonalidade poderosa e é audível de longe. Pouco arredio, muitas vezes pousa em um galho horizontal ou em um fio da rede elétrica e permanece imóvel e em silêncio por vários minutos.

Diante de um intruso, às vezes usa uma estratégia singular de intimidação: abaixa o corpo horizontalmente, com olhos semicerrados e lentamente acompanha o movimento daquele que se aproxima, girando o corpo em seu eixo. O efeito é bastante surpreendente e um pouco assustador.

Na época de reprodução, o casal escava o ninho, incuba os ovos e alimenta os filhotes. É comum a plumagem dos adultos ficar suja com manchas cor de terra, devido às constantes entradas e saídas do ninho.

Alimenta-se de insetos, especialmente besouros e gafanhotos, larvas e cupins, caçados na vegetação baixa ou no solo. Em Alto Parnaiba-MA, flagramos ele levando um pequeno marsupial e uma lagartixa para alimentar os seus filhotes.

Outros pesquisadores indicam que essa espécie pode se aproveitar do ambiente onde vive para obter vários tipos de presas e diversificar a sua alimentação. Os registros alimentares obtidos mostram que sua dieta é constituída por diferentes insetos, especialmente besouros, esperanças, mariposas e cigarras. Os autores também relatam que foi feito o registro de um indivíduo prestes a consumir uma minhoca e que a espécie também se alimenta de vertebrados, como anfíbios, lagartos e até de um pequeno mamífero marsupial¹. O consumo de anfíbios venenosos também foi reportado em outro estudo em Minas Gerais³.

Outro item de sua dieta foi observado na região Centro-Oeste do Brasil, quando foi feito o registro da captura de uma vespa. O pesquisador menciona que após a captura, a ave prende a vespa no bico e golpeia de encontro ao galho do poleiro por cerca de dois a cinco segundos para abater a presa antes da deglutição⁵.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.com