Cacicus haemorrhous

General Informations

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Nests : location, seasons and description

Habitat

As populações dessa espécie no Brasil são residentes e estão distribuídas desde as regiões amazônicas até o Pantanal do Mato Grosso do Sul, e da região costeira do Nordeste até o Rio Grande do Sul, entrando e passando por Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Com exceção de ambientes amplamente abertos e secos, como algumas localidades do Cerrado e em toda a Caatinga, é possível encontrar o guaxe em todas as regiões do país3,6,7,8.

Ocorre nos interiores e nas bordas de florestas úmidas, secundárias, em matas de galeria, sendo que na maior parte dos casos esse guaxe estabelece suas colônias em locais próximos à água3,5,8,9.

A espécie também é presente em outros países da América do Sul, como Guianas, Suriname, Venezuela, colômbia, Peru, Argentina e Paraguai.7,9

Localidades de observação de ninhos

Arcos, Minas Gerais (6 colônias), Camaçari, Bahia (1 colônia),

Período de reprodução

De dezembro à fevereiro em ambas as localidades.

Ninho

Eles nidificam em grupos e constroem os ninhos perto uns dos outros, muitas vezes aglomerados, e formam as tão conhecidas colônias5,8.

Para estabelecer seus ninhos e a colônia, aves dessa espécie sempre escolhem árvores que apresentem acesso livre em pelo menos um ponto de sua copa.Todos as colômias abservadas por nós, tanto na Bahia que em Minas Gerais, eram pendurados nas pontas das foltas de palmeiras, (ID………….),com 3 a 15 ninhos por árvore em alturas que varia de 4 a 12 m de altura do solo. Pesquisa realizada em Rio Doce-MG3,  indicam alturas parecidas.

O ninho do guaxe tem a mesma forma de bolsa que os ninhos construídos pelo seu congênere Cacicus cela, o xexéu, mas são um pouco maiores. O material usado para a confecção dos ninhos é composto por longas tiras de folhas de palmeiras, as quais são trançadas com uma grande variedade de fibras provenientes de outros vegetais.

Dois ninhos observados em Camaçari BA apresentam as seguintas dimensões :comprimento total de 50 a 55 cm; diâmetro externo, na porção inferior, de 14 a 16 cm A abertura de entrada do ninho tem formato  comprido com 18 x 10 cm e se encontra na parte superior do ninho. O corredor de acesso alcança de 25 a 28 cm de comprimento até a câmara (4 ninhos).

Alguns estudos revelaram que as colônias podem ficar ativas entre um mês e meio e quatro meses durante o período reprodutivo, e que os guaxes podem sim reutilizar colônias antigas ou construir ninhos novos em árvores e locais já utilizados em estações reprodutivas anteriores3,7.

As fêmeas de guaxe podem chegar a realizar até 3 posturas durante um período reprodutivo completo, que inicia-se geralmente em agosto/setembro e segue até janeiro/fevereiro, com o pico de ninhos ativos entre outubro e novembro, como observado por pesquisadores em Rio Doce, MG3,9.

Eggs and young

Ovos e posturas

As posturas são compostas por 2 ou 3 ovos. Cor branca com tom rosado, com muitas manchas ferrugíneas de variados tamanhos, mas concentradas no polo arredondado. Dimensões: 28 x 19 mm, peso 5.2 g (5 ovos). Forma oval pontiaguda.

Incubação

Segunda a literature, a incubaçâo os ovos é de 17 a 18 dias3.

Ninhegos

Logo após a eclosão dos ovos, os ninhegos apresentam uma pele violácea clara, sem penugem alguma. É possível também observar a mesma cor violácea clara em sua garganta, além do amarelo claro nos contornos do bico.

Permanência dos jovens no ninho

De 24 a 28 dias observados por nós em Camaçari (2 inhos).

Em estudo realizado em Minas Gerais, pesquisadores apontam uma amplitude de 16 a 33 dias para permanência dos filhotes nos ninhos3.

General behavior

Comportamento geral

Esta espécie de ave é gregária, vive em bandos, os quais mudam de tamanho de acordo com a época do ano9.

Durante os anos de 1992 e 2020, no periodo dos meses de dezembro à fevereiro, nós pudemos regularmente observar um grupo de guaxes nidificando em um palmeiral de aproximadamente 30 árvores localizados no alto de uma colina acima de uma área brejosa alternando com espaços de pasto de gado bovino.

Após o período de reprodução o grupo se afastava desse local, pois não foram vistos na região entre os meses de maio e setembro.

A construção do ninho e os cuidados com os filhotes são feitos pela femêa. Os machos sâo presentes durante toda a fase de construção dos ninhos e a partir da incubação e da alimentação dos ninhegos, os machos se retiram para outros locais2,3,7. Apesar disso, há sempre a presença de pelo menos um macho na colônia, o qual acaba por assumir um papel de sentinela, alertando sobre a aproximação de potenciais predadores2,7.

As colônias dos guaxes, assim como as colônias de outras aves da mesma família Cacicus, geralmente estão associadas à presença de ninhos de vespas ou outros insetos himenópteros com sistema de defesa agressivo7. Isso se dá pelo fato de que as vespas podem manter predadores afastados dos ninhos do guaxe, já que a predação é uma das principais causas de perda de ovos e filhotes para essa espécie3,4,5.

Os predadores podem ser serpentes, primatas e outros mamíferos, moscas parasitas, além de araçaris, tucanos, gaviões e falcões3,7,8. Espécies de araçaris, por exemplo, predam os ovos dos guaxes, enquanto que gaviões predam os ninhegos, além de falcões que atacam os adultos nas colônias3. Esses ataques são os principais fatores que indicam as taxas de perdas de ninhos nessa espécie3,4.

A incidência dos ataques de predadores aumenta com o passar do período reprodutivo, pois nos momentos de maior concentração de ninhos ativos, aumenta também a concentração de atrativos para os predadores: ninhos, ovos, filhotes e adultos4. Sendo assim, pesquisas realizadas em Minas Gerais apontaram que o sucesso reprodutivo é maior para as fêmeas de guaxe que realizam suas posturas no início do período reprodutivo, quando a concentração de ninhos ativos é menor, o que pode atrair menos predadores2.

Os guaxes se alimentam especialmente de frutos e insetos. Eles tem o costume de perfurar superfícies de frutos, troncos e paus podres com seus bicos para buscar alimentos como larvas ou melhores pates dos frutos8,9.

Seus hábitos alimentares, por sua vez, podem inclusive contribuir positivamente para a polinização, como foi observado em um estudo realizado com flores do gênero da palmeira ID Mucuna1.

Pesquisadores observaram que quando perfuram as flores da Mucuna em busca de larvas de mariposas ou do néctar aí presente, os guaxes ativam o sistema de liberação de pólen e o carregam de planta em planta, realizando a polinização1.

Field notes

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org

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