Columbina talpacoti

Hábitat

Vive em áreas abertas com vegetação esparsa, áreas de cerrado e caatinga, e em fazendas e parques.  É uma espécie adaptada às cidades, onde costuma visitar casas, jardins e quintais.

Localidades de observação

Arcos (17 ninhoa), Inhumas, (4 ninhos) Minas Gerais), Quebrangulo, Alagoas (19 ninhos), Monte Gordo, Bahia (2 ninhos).

Epoca de reprodução

Setembro à janeiro

O ninho

Em forma de taça rasa, construído com raízes, capins e alguns pequenos gravetos. Geralmente são construídos em aglomerados de galhos nos arbustos, ou em meio às lianas, ou, ainda, em vigas de casas e celeiros abandonados. Em outubro de 1996, o ninho estava localizado sob o telhado de uma casa, a um metro de um ninho ativo da rolinha fogo-apagou Scardafella squammata. – Em janeiro de 2001, um ninho que tirou filhotes em novembro  de 2000 estava sendo reutilisado.

Dimensões: diâmetro interno 6 cm, diâmetro externo 9 cm, profundidade interna 3 cm, altura externa 5 cm. Peso 13 g (6 ninhos).

No Suriname, de acordo com a bibliografia o ninho é uma estrutura solta que consiste em apenas alguns gravetos ou hastes de grama e pequenas raízes, que pode ser construído em arbustos e em Bromélias nas árvores¹.

No Centro-oeste do Brasil, outros pesquisadores aferiram alturas que variam do nível do solo nível até 7,5 metros ² e no Suriname muitos ninhos são construídos em arbustos a uma altura de apenas um metro¹.

Ovos e posturas

Postura de 2 ovos brancos (40 ninhos). Dimensões: 22,6 mm x 16,9 mm, peso 3 g (60 ovos). Forma: elíptica (9 ovos), oval (6 ovos).

Pesquisadores do centro-oeste do Brasil² e de Suriname¹ mencionam posturas de 2 ovos em 200 ninhos.

Incubação

12 dias (3 ninhos), 13 dias (1 ninho).

Período idêntico foi aferido em estudos realizados no Suriname que, em três ninhos, o período de incubação foi, respectivamente, 13 (2 ninhos) e 12 (1 ninho) dias¹.

Permanência dos jovens no ninho:

13 dias (1 ninho), 12 dias (1 ninho), 11 dias (1 ninho).

No Suriname, a permanência dos filhotes no ninho também variou entre 11 e 13 dias¹.

Os jovens

Nascem com uma fina penugem bege, esparsa, revestindo o corpo cinza-escuro. Ao voar a plumagem é semelhante à dos adultos sendo um pouco mais opaca.

Comportamento geral

Vocaliza com frequência. Seu canto é melancólico, gutural, repetido por longos períodos durante o dia. Pode se reunir em grupos numerosos, às vezes com centenas de indivíduos que descem ao solo em busca de alimentos. Alimenta-se de grãos e pequenos insetos recolhidos enquanto caminham pelo chão. Na época de nidificação o casal se separa do grupo.

Ambos os adultos constroem o ninho, incubam os ovos e alimentam os filhotes, mas nos pareceu que o macho é mais ativo nessas tarefas. Os adultos não carregam os excrementos que são ejetados nas bordas do ninho e formam uma coroa grossa ao final da permanência dos jovens.

Pesquisas realizadas por pesquisadores no Suriname mencionam que esta espécie reproduz em todos os meses do ano. Ambos os sexos compartilham a tarefa de construção e o material do ninho é sempre recolhidos no chão e o macho pode ou não ser um construtor assíduo. Nesse mesmo estudo foi observado que a construção do ninho durou apenas dois dias e às vezes foram usados ninhos antigos de outras aves. O autor da referida pesquisa observou C. talpacoti utilizando um antigo ninho de Ramphocelus carbo, inclusive para uma segunda ninhada. O pesquisador menciona ainda que cascas de ovos vazias não foram observadas e presumivelmente, foram levadas por um dos adultos, uma vez que nunca foram encontradas no chão debaixo da árvore¹.

Pesquisas desenvolvidas em localidades do cerrado brasileiro encontraram  49 diferentes itens na dieta dessa espécie de columbidae, com 37 espécies de sementes (Apêndice 11). As sementes de plantas ex6ticas e nativas do cerrado somaram 73,5%, fragmentos de grãos cultivados 8,2%, detritos de terra e areia 4,1% caramujo 2,0% casca de ovo 2,0%, insetos 2,0%, fragmentos não identificados 2,0%. As sementes variaram entre 2 mm e 15 mm de comprimento. Ficou evidenciado que a dieta de Columbina talpacoti é constituída principalmente de sementes nativas do cerrado e exóticas cultivadas³.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org