Lathrotriccus (Empidonax) euleri

Hábitat

Floresta úmida, geralmente perto de córregos e áreas de Cerrado, em matas ciliares e de galeria.

Locais de observação dos ninhos

Quebrangulo, Alagoas (6 ninhos), Arcos, Minas Gerais (2 ninhos)

Época de reprodução

Em Quebrangulo, de setembro a novembro (4 ninhos), fevereiro (1 ninho), maio (1 ninho)

Em Arcos, novembro (1 ninho)

Ninho

Em formato de um copo, cuidadosamente elaborado com pecíolos de folhas secas e gravetos secos flexíveis e finos, com a parte externa revestida de musgos verdes. Todos os ninhos encontrados em Quebrangulo estavam localizados no mesmo local, em uma fissura de uma rocha localizada dentro da floresta, perto de um pequeno rio, a 1,2 m do solo, no meio da floresta.

A cada ano ele reformava o ninho e o tempo despendido na reforma era bastante variável: 10 dias (2 ninhos), 15 dias (1 ninho) e até 22 dias (1 ninho).

Os ninhos encontrados em Arcos continham o mesmo tipo de material, mas estavam alojados na bifurcação de galhos de uma pequena árvore, a 1,5 m do solo e o outro em um barranco da terra, com vista para um rio, a 2 m do de altura.

Dimensões: Diâmetro externo 6 x 15 cm, diâmetro interno 4 cm, altura externa 6 cm, altura interna 2,5 cm, peso 8 e15 g (2 ninhos).

Análise de um ninho de 8 g:

Exterior: 130 pedaços de musgos e alguns fios pretos de Marasmius sp. Interior: 110 fibras vegetais secas e finas, 20 fragmentos de casca e alguns Marasmius sp.

Outras pesquisas realizadas em Minas Gerais descreveram o ninho como aberto, em forma de taça, construído com pequenos gravetos secos e musgos. De acordo com os pesquisadores, os ninhos foram encontrados entre 0,7 a 9,5 m de altura do solo ao longo de córregos, em barrancos, em árvores na margem de estradas e no interior da mata. Tinham as seguintes dimensões médias: 4,2 cm de comprimento interno, 8,7 cm de largura externa, 4,1 cm de profundidade, 4,1 cm de largura interna¹.

Pesquisadores da Argentina mencionaram o ninho em formato de um copo, construído com fibras vegetais, radículas e coberto com musgo verde. Estavam localizados em cavidades em árvores ou em barrancos, a baixa altura do solo. As suas dimensões eram de 7 cm de diâmetro total, 4,5 cm de diâmetro interno, 2,5 cm de profundidade e 3,5 cm de altura².

Ovos e postura

Postura de dois ovos (4 ninhos), três ovos (1 ninho). Fundo rosa pálido, com pequenos pontos de cor ferrugem pálida, mais concentradas no polo rômbico, onde às vezes têm o aspecto de uma coroa. Dimensões 18,1 x 13,6 mm, peso 1,8 g (2 ovos). Forma oval tipo curto.

A pesquisa realizada por outros autores em Minas Gerais indicou que a postura é de dois ou três ovos de cor creme, com pintas marrons na região central e mais concentradas no polo rômbico. Suas dimensões médias eram 17,5 x 13,1 mm, com 1,8 g de peso médio¹.

Na Argentina, é mencionado que sua postura é de dois a três ovos, do tipo oval, de cor amarelo cremoso, com pintas marrons e cinza mais concentradas no polo rômbico. Mediram em média 17,9 x 13,5 mm².

Incubação

14 a 15 dias (2 ninhos).

Outros pesquisadores de Minas Gerais relataram um período de incubação de 17 dias¹.

Ninhegos

Quando eclodem, a pele é cinza no dorso e o ventre é rosado. O corpo é revestido com uma penugem fina e cinza claro. O bico é cinza arroxeado, a garganta e as comissuras do bico são amarelas. Na hora de voar, eles já tem a plumagem parecida a dos adultos.

Permanência dos jovens no ninho

14 a 15 dias (4 ninhos).

De acordo com o estudo de outros pesquisadores em Minas Gerais, o jovem permaneceu no ninho por 15 dias¹.

Comportamento geral

Procura insetos e também pequenos frutos ao longo dos troncos e galhos, a pouca altura do solo. Vive em casal e vocaliza com frequência durante todo o ano. Seu canto melodioso é uma estrofe curta de duas, três ou quatro notas, das quais uma ou duas são longas, seguidas por uma ou duas notas mais curtas. São fiéis ao seu território e frequentemente reformam e reocupam o mesmo ninho de ano para ano. São territorialistas e normalmente não se encontram dois ninhos próximos um do outro.

Segundo outros estudos, em Minas Gerais, a distância média entre os ninhos foi de cerca de 280 m, sendo 20 m e 950 m, respectivamente, a menor e a maior distância encontrada. Também foi observado pelos autores o comportamento agressivo dos adultos, especialmente na defesa de sua prole, quando vocalizavam intensamente e investiam em voo contra o pesquisador nas imediações de seu ninho. Os pesquisadores relatam que quanto mais desenvolvidos eram os ninhegos, mais intensas eram as vocalizações e mais próximos eram os ataques dos adultos¹.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org