Legatus leucophaius

Hábitat

Bordas e clareiras e às vezes também dentro da floresta, matas de galeria e bosques com árvores esparsas.

Locais de observação dos ninhos

Quebrangulo, Alagoas (6 ninhos), Rio Doce, Minas Gerais (1 ninho)

Época de nidificação

De janeiro a abril, em Quebrangulo e em novembro, no Rio Doce.

Ninho

Não constrói ninhos, mas ocupa o de outras espécies. Em Quebrangulo, foi visto ocupando ninhos de Tolmomyias sulphurescens (4 ninhos) e Euphonia violacea (2 ninhos). No Rio Doce, ocupou o de Cacicus haemorrhous (1 ninho). Os ninhos ocupados estavam em alturas entre 2 m do solo (2 ninhos) e 4-5 m do solo (5 ninhos).

Nestes casos, a ocupação era pacífica e ocorre após a saída do construtor.

Em várias outros occasões, observamos atitudes de ocupação agressivas.

O casal observou a espécie de Anambé construir o seu ninho e o tomou agressivamente, assim que estava completado. CONTAR MELHOR

Este comportamente se repetiu por três vezes (verifique de não interferir com o que será escrito no Caderno)

Antes de começar a postura, o ocupante completa o interior do ninho com material macio e pedaços de folhas secas.

Ovos e postura

média de 2,3 ovos (4 ninhos). Marrom. Olhando de perto pode-se observar que o ovo é pontilhado com pequenas manchas marron escura por toda a superfície, mais concentradas no polo rômbico, onde formam uma faixa quase contínua e às vezes uma coroa.. Forma oval a oval pontiaguda.

De acordo com pesquisadores da Costa Rica, na América Central, a fêmea põe dois ou três ovos. Os ovos têm um aspecto peculiar de coloração marrom ou cinza acastanhado com manchas marrons mais escuras na maior parte da superfície, especialmente sobre o polo rômbico. As medidas de 12 ovos tiveram em média 21,7 x 16,3 mm.³

Incubação

O período de incubação verificado na América Central foi de 16 dias³.

Ninhegos

Após a eclosão, sua pele é marrom muito escura na parte superior do corpo, coberto por uma penugem cinza. A barriga é marrom-violáceo claro. O bico, a garganta e as comissuras são amarelas. As pernas são marrons e os pés, dedos e unhas são bege.

Nascem com os olhos fechados e com o corpo revestido com uma penugem amarelada cobrindo grande parte da região ventral e dorsal. Destaca-se pelo cor amarelo brilhante do interior da boca. À medida que envelhecem, tornam-se barulhentos como seus pais e comunicam-se com eles ainda no ninho³.

Permanência dos jovens no ninho

14 dias, segundo nossas observações em 2 ninhos.

Na Costa Rica, pesquisadores observaram uma permanência de de 18 a 20 dias³.

Comportamento geral

Costumam pousar nos galhos desfolhados no topo das árvores, mas também podem ser vistos pousados em meia altura. Caçam insetos a partir de seus poleiros habituais, quando voam para a captura e retornam para os mesmos.

 Também na América Central, no Panamá, estudos sobre a alimentação dessa espécie, por meio de análise do conteúdo estomacal, verificaram que sua dieta era constituída exclusivamente por frutos, dentre os quais, os mais predominantes foram os frutos das árvores Didymopanax morototoni, da palmeira Roystonea sp, dos arbustos Miconia argentea e os arilos de Tetracera sp. Dois outros frutos não foram identificados. Os autores do estudo comentaram que o bem-te-vi-pirata alimenta seus filhotes com insetos e que foram feitas observações dessa espécie caçando insetos somente para esse fim. Os pesquisadores argumentaram que eles nunca engoliam os insetos capturados e eram sempre observados voando em direção ao ninho com um inseto no bico.

Andam aos casais durante todo o ano e no momento da reprodução emitem incansavelmente vocalização composta por quatro notas separadas em um tom forte e agudo. Os adultos também cantam perto do ninho e até no ninho durante os cuidados com a prole, quando emitem a vocalização acompanhados pelos filhotes.

Outros pesquisadores do Brasil sugerem que embora seja considerada uma espécie migratória, ela na verdade deve ser caracterizada como uma espécie parcialmente migratória, uma vez que em certas regiões do país ela é residente e pode ser registrada durante todo o ano⁴.

Por outro lado, os estudos realizados na América Central, na Costa Rica, apontam que em determinados meses do ano eles deixam a região e migram para um destino ainda desconhecido³.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org