General Informations
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Nests : location, seasons and description
Hábitat
Espécie com distribuição Amazônica, ocorre na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil pode ser encontrada no alto Rio Paraguai e em regiões da Amazônia9, 2.
Habita margens de rios, brejos e lagoas com presença de macrófitas aquáticas, arbustos e árvores, além de manguezais no norte do país. Na estação seca, podem ser forçadas a ocupar habitats florestais, afastando-se das margens dos rios, brejos e lagoas10.
Localidade de observação dos ninhos
Parque estadual do Cantão, Caseara, Tocantins (19 ninhos)
Época de reprodução
Reproduz no estado do Tocantins nos meses de janeiro e fevereiro,o seu período reprodutivo coincide com a temporada das chuvas, que geralmente inicia em dezembro e intensifica-se a partir de janeiro.
A relaçãoentre a época chuvosa e a reprodução dessa espécie também foi observada por outros pesquisadores em Marajó-PA, lá a nidificação acontece preferencialmente entre maio e junho, que é o período chuvoso da região5. Na Venezuela também inicia com a chuvas, o período reprodutivo ocorre entre os meses de maio e outubro1, e no Equador, o pico da reprodução é entre abril e julho3.
O ninho
Todos os ninhos observados estavam situados em forquilhas de pequenas árvores ou arbustos da vegetação ribeirinha, foram construídos com ramos e gravetos secos entre 0.2 e 2.0 m acima da água. Ninhos muito próximos à água foram inundados devido ao aumento do nível dos rios por causa da chuva.
Os ninhos apresentavam as seguintes dimensões médias:
Diâmetro externo 15.8 cm, Diâmetro interno 7.8 cm, Altura externa 5.2 cm, Altura interna 2.3 cm. Peso 234 g (10 ninhos).
De acordo com a literatura, no Equador, antes das chuvas, os ninhos estavam situados a uma altura entre 4 a 6 metros acima do solo, porém, na época de inundação a subida do rio até o nível de 4 ou mais metros inundava alguns ninhos.
Os ninhos eram uma plataforma simples, com um diâmetro de 25 a 30 cm, construídos com gravetos frouxamente arrumados6.
Estudos realizados na Venezuela mencionam nove ninhos em alturas que variavam entre 1,8 m e 5m construídos em forma de plataforma, com um diâmetro aproximado de 20 a 25 cm. Relatamainda que no mesmo local também estavam aninhados: Socozinho, Butoridesstriatus;Savacu-se-coroa, Nyctanassa violácea;Tapicuru, Phimosus infuscatus e Carão, Aramus guarauna4.
Outras pesquisas da Venezuela revelam que a predação de ovos e filhotes foi a principal responsável pelas perdas dos ninhos3.
Análise do ninho
Uma análise detalhada no ninho mostrou que a sua construção foi feita com os seguintes materiais:
181 gravetos com 5 a 20 cm
17 gravetos com cerca de 30 cm
17 ramos de cipós com 10 cm
2 ramos de cipós com cerca de 90 cm.
Eggs and young
Ovos e posturas
Os ovos são de cor bege com muitas manchas marrons e lilás claro. Seu formato é oval.Posturas com 2 (8 ninhos), 3 (7 ninhos) e 4 ovos (1 ninho) foram encontradas.
Normalmente um ovo é posto a cada 2 dias, porém em alguns ninhos houve uma postura tardia de um terceiro ovo após 5 dias (1 ninho), 16 dias (1 ninho) e 20 dias (1 ninho), mas nos três casos somente dois filhotes eclodiram.
Foi observado que existe ajudantes de ninho em quase todos os ninhos, na maior parte por um terceiro adulto, e em um único caso, por dois adultos.
Estudos na Venezuela mencionam postura de dois a três ovos (média de2,56) de coloração rosa com manchas marrom-avermelhadas. As dimensões médias dos nove ovos foram 46,36 mm x 32,82 mm8.
No Equador, o número de ovos por ninho variou de 1 a 7, mas em 51% dos casos a postura foi de 2 ovos6 e em outro estudo da Venezuela a postura de 2 ovos ocorreu em 54% dos ninhos3.
Incubação
No Parque estadual do Cantão, Caseara-TO, o período de incubação variou de 30 a 31 dias (3 ninhos).Outros estudos no Brasil registaram período reprodutivo semelhante ao encontrado em Caseara-TO9.
Na Venezuela o período de incubação foi de 32 a 34 dias3e no Equador de 28 a 34 dias, sendo que o número de dias variou em relação ao tamanho da postura. Posturas maiores foram incubadas por um período mais longo6.
Permanência dos jovens no ninho
Geralmente os jovens saem do ninho após o décimo dia de vida e permanecem nos galhos do entorno. Depois de aproximadamente 20 ou 25 dias eles se afastam e deixam o local definitivamente.
Quando existem filhotes com idades e tamanhos diferentes os mais novos geralmente acompanham o mais velho. Em uma observação de um ninho com três filhotes,com respectivamente 8, 9 e 12 dias, todos três saíram juntos do ninho e ficaram nos galhos vizinhos. Depois de 2 dias o mais velho se afastou por alguns metros e não voltou mais ao ninho.
Outros pesquisadores registraram que a exposição dos ninhos a atividades de ecoturismo reduz a sobrevivência dos filhotes, os ninhos não visitados tiveram uma maior taxa de sobrevivência quando comparados com os que receberam visitas de turistas. A baixa sobrevivência dos filhotes ocorreu por conta da alta mortalidade entre as semanas 3 e 6, momento quando os filhotes deixam o ninho7.
OBS. pergunta: os mais novos deixaram o ninho em seguida?? Acho que ficou faltando completar, não? (Essas informações já estavam no arquivo, att Arthur B. Andrade)
General behavior
Comportamento geral
A cigana é geralmente avistada se movimentando desajeitadamente em meio à vegetação das margens de rios, entre os galhos e ramos de árvores e arbustos, e nas várzeas, entre as plantas aquáticas. Podem ser encontradas aos casais, mas costumam formar grupos familiares maiores, inclusive com ajudantes de ninho.
Vocalizam nas horas próximas ao crepúsculo, muitas vezes à noite, e a depender do número de indivíduos e de grupos fazem grande alvoroço, emitindo todas ao mesmo tempo o seu canto rouco por vários minutos de duração. Quando assustadas levantam e arqueiam as asas, adotando uma postura defensiva eintimidatória. São territórialistas, mas podem se deslocar para outras áreas em época de seca.
Curiosamente, os filhotes da cigana possuem duas garras nas articulações das asas. Segundo alguns autores essas garras são uma adaptação dos filhotes para evitar predadores, uma vez que quando estão em perigo os filhotes mergulham na água e posteriormente sobem de volta às árvores utilizando as garras para a escalada nos galhos. Outros autores, entretanto, mencionam que essa particularidade das ciganas é uma evidência evolutiva da transição entre répteis e aves. Normalmente as garras desaparecem quando os filhotes adquirem a plumagem adulta6.
Outro fato curioso da cigana é que cerca de 90% de sua dieta consiste de folhas, fato incomum entre as aves por que além de muito volumosas e com baixo valor nutricional as folhas podem conter substâncias químicas nocivas, por isso ela possui modificações anatômicas do trato digestivo e um papo duplo, sendo a única ave do mundo que tem um processo gástrico semelhante ao dos mamíferos ruminantes5, 9. Ao se alimentar quase que exclusivamente de folhas a digestão ocorre com a ajuda de bactérias anaeróbicas e protozoários que vivem no seu intestino, com isso elas conseguem digerir a celulose de modo parecido ao que ocorre com o gado bovino, por exemplo6.
Os seus principais predadores são grandes gaviões. No Equador, Gavião-de-penacho, Spizaetus ornatus e Gavião-preto, Urubitingaurubitinga (antigamente chamado de Buteogallus urubitinga)3. No estado do Tocantins, de acordo com estudos realizados por outros autores, o Gavião-de-penacho, Spizaetus ornatus foi observado predando essa espécie4. No rio Xingu, no estado do Pará foi uma das 18 presas encontradas em ninhos de Harpia,Harpia harpyja1.Entretanto pesquisas feitas na Venezuela apontem que o marsupialGambá-comum, Didelphis marsupialis e o Guaxinim, Procyon cancrivorus, são predadores dos ovos e de seus ninhegos8.
Field notes
Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org