Sporophila lineola

Habitat

Vive em florestas secas como o Chaco e a Caatinga. Assim como em outras áreas florestais, em suas bordas, principalmente em áreas abertas com gramíneas, em descampados, plantações e à beira da capoeira^{1, 2}.

Local de observação dos ninhos

Arcos, Minas Gerais (22 ninhos).

Período da reprodução

Em Arcos-MG o período reprodutivo acontece na estação chuvosa, de dezembro a fevereiro.

Em São Paulo e Minas Gerais, outros pesquisadores registraram que o período reprodutivo dessa espécie vai de novembro a abril, com um pico de reprodução no mês de janeiro^{3, 4}.

O ninho

Ninho em formato de tigelinha (copo raso), transparente, de aparência muito frágil. Construído com raízes e fios pretos (marasmius) muito finos, aglomerados com teias de aranha. Preso no meio da ramagem e fixado nas folhas lateralmente com fios de aranha. Alguns finos cabelos de mamíferos são incorporados na estrutura.

Pode ser encontrado em várias espécies de arbustos ou de árvores pequenos.

Localizamos vários ninhos dele na vegetação perto de fazendas e outras habitats humanos. Em Arcos.MG ele nidifica em cafezais e nos quintais em pés de laranja e de limão.Os ninhos são construidos em alturas que variam de 0.50 m à 1,50 m do solo. Com dimensões de: diâmetro interno 5,5 cm, diâmetro externo 7 cm, altura interna 3,5 cm, altura externa 4,5 cm e de peso 1,5 g (1 ninho).

Composição do ninho, foram encontradas 108 raízes finas de 2 cm a 20 cm, 11 fios pretos de 10 a 20 cm, na parte externa e 64 crinas de cavalo, no interior do ninho (1 ninho).

Outros pesquisadores, encontraram dimensões semelhantes às que encontramos em Arcos-MG^{3, 4, 7}. Além disso, eles encontraram 14 espécies plantas diferentes sendo utilizadas na construção dos ninhos³. E pelo menos 20 espécies de plantas que foram utilizadas para apoiar os ninhos de Sporophila lineola⁴.

Os ovos

Postura de 2 a 3 ovos (12 ninhos). Os ovos apresentavam coloração bege ou esverdeado, recobertos de pontos e manchas marrons, ferrugens e algumas pretas. Com dimensões de: 17,4 x 12,3 mm (5 ovos) e peso de 1.3 g (2 ovos). Formato oval à oval longa.

pesquisadores encontraram dimensões e colocação semelhantes, tanto em São Paulo, como em Minas Gerias^{3, 4}.

Incubação

O período de incubação durou de 10 dias a 12 dias (3 ninhos).

Outros pesquisadores, relataram período de incubação semelhante^{3, 4}. Além disso, registraram que geralmente a fêmea coloca os ovos em dias consecutivos e inicia a incubação no dia seguinte à ultima postura⁴.

Os jovens

Foram encontrados 10 ninhos com 2 filhotes. Os filhotes eram totalmente nus e cegos, com pele roseada, tíbias e tarsos bege, unhas brancas e bico cinzento, com comissuras brancas e garganta rosa escura.

Permanência no ninho

Permaneceram no ninho de 10 a 12 dias (2 ninhos).

Outros pesquisadores, também em Minas Gerais encontraram um período de permanência no ninho variando de 9 a 11 dias³.

Comportamento geral

Essa espécie é migratória e chega em Arcos a partir do mês de novembro. Pode se observar bandas de até 100 indivíduos, que se isolam em casais para começar a nidificação. Forrageia no chão e na vegetação baixa e densa, onde procura sementes e pequenos insetos. Seu canto consiste em uma estrofe que começa com alguns chiados agudos e termina em notas aceleradas.¹ Em Arcos-MG, a espécie é conhecida como “Estrelinho”.

Observamos que um macho escolheu um lugar para a construção do ninho e depositou um fio de teia de aranha. Ele permaneceu neste local, vocalizando semelhante a um filhote, até que a fêmea chegou com o material para construção no bico. O macho não participou da construção, mas ficou perto cantando. A construção do ninho é muito rápida: um ninho pode ficar pronto em apenas 3 dias.

Em março, geralmente após 2 ninhos, a espécie desaparece da região.

Migrante intra-tropical que reproduz, migra e hiberna em pastagens tropicais^{5, 6}. Migram a procura de áreas úmidas, tais como margens de rios e brejos. No Espírito Santo e Paraná, chegam em dezembro para nidificar e permanecem na região até março e abril. No leste do Maranhão chegam apenas de maio em diante, já no Piauí foi observada nidificando em maio¹.

No Brasil existem duas populações distintas de Sporophila lineola. Uma que ocorre no Sul e nidifica no sudeste do Brasil, norte da Argentina e Paraguai entre novembro e fevereiro. Entre maio-junho e setembro-outubro essa população atravessa Brasil Central e Bolívia Oriental, chegando ao centro e oeste da Amazônia, Peru, Equador e Colômbia^{5, 8}. A outra população reproduz na Caatinga, entre janeiro e maio, migrando em junho, para a região dos Llanos na Venezuela e as Guianas, através do Nordeste do Pará e Suriname de junho a dezembro, provavelmente essa migração é determinada pelo regime das chuvas ^{5, 8}.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org