Syrigma sibilatrix

Hábitat

Áreas abertas, com árvores altas, ao longo de rios e alagados.

Localidades de observação

Arcos, Minas Gerais (8 ninhos), Poconé, Mato Grosso (2 ninhos)

Epoca de reprodução

Setembro à novembro nas duas localidades.

O ninho

Em forma de taça, feita com ramos secos, finos, de 20 a 80 cm, em uma forquilha de uma árvore, entre 3 e 15 m do solo. O casal constrói o ninho, incuba os ovos e alimenta os filhotes.

Informações na literatura mencionam que o ninho é uma plataforma de gravetos pouco elaborada com a altura entre 7 e 13m acima do solo^2,3,6 e mencionam que o casal participa da construção do ninho, tanto na coleta de material quanto na organização dos gravetos³.

Em Arcos, eles costumam nidificar distantes da água, em locais de relevo mais elevado, nas árvores típicas do Cerrado composta de speciemens altos onde predominavam as “Sucupiras” Bowdichia sp. São muito fiéis ao seu sítio de reprodução.

Em anos consecutivos de estudos, os ninhos foram encontrados nos mesmos lugares. em uma área de vegetação esparsa, composta de árvores

Dimensões: diâmetro externo 50 cm, diâmetro interno, 25 cm, altura externa 15 cm, profundidade 5 cm,  (5 ninhos). Peso 550 g (5 ninhos), 1100 g (1 ninho). Essas medidas coincidem com as dimensões aferidas em outros estudos realizados na Argentina².

Análise de materiais de ninho: Em um ninho de tamanho médio contamos 264 gravetos dos quais : 43 gravetos de menos de 20 cm, 136 gravetos entre 20-40 cm 83 gravetos entre 40-70 cm e 2 gravetos de 125 cm.

Outros pesquisadores no Brasil observaram que o ninho era constituído por um total de 197 gravetos e que eles tinham em média 35,67 cm de comprimento e 0,24 cm de espessura³. Na Argentina, os gravetos levados ao ninho para a sua construção mediram entre 20 a 30 cm6.

Os Ovos

Postura média (veja tabela do 23.8.21).

Dados da literatura mencionam postura de um ovo³  ou de três ovos^2,6.

Medidas veja tabela do 23.8.21

Os ovos são azul claro a verde acinzentado, pontilhado com pequenas manchas de tons diferentes de castanho e púrpura.

Esse mesmo padrão de coloração, com pequenas variações de nuances, foi descrito em estudos realizados por outros pesquisadores dentro e fora do país^2,3,6, com observações de que todos os ovos observados estavam impregnados com o branco do ácido úrico dos dejetos das aves^2.

Incubação:

32 dias (1 ninho)

Em ninhos estudados na Argentina o período de incubação foi de 28 dias².

Permanência no ninho:

33 dias (1 ninho),  37 dias (1 ninho)

Comportamento geral

Andam geralmente aos casais e obtém seu alimento tanto nas margens de alagados quanto em áreas mais secas e distantes da água, onde também reproduz e diariamente estabelece o seu dormitório.

Caminhando sem pressa, alimentam-se de insetos, pequenos peixes e outros pequenos animais aquáticos⁵. Há registros de predação de serpentes não peçonhentas do gênero Mastygodryas e Helicops⁴ bem como de anfíbios, identificados como Leptodactylus chaquensis¹.

Em Arcos, Minas Gerais, observamos a espécie regularmente explorar áreas de solo revolvido por tratores e arados e campos recém-queimados para capturar as suas presas (arthropodes, anfibios e outros pequenas espécies vertebrados ou invertebrados).

Em situação de distúrbio a primeira reação é de ficar parado a observar e levantar voo somente se o perigo se aproxima. Os jovens no ninho adotam uma atitude rigida, com pescoço esticado, esperando que o perigo passe.

Sua vocalização característica é um assobio fino e modulado, que também é emitido pelo casal durante o voo.

Permanecem fiéis ao seu território, quase sempre no solo e distante da água, ao contrário das outras espécies da família.

Em Arcos, um dos predadores do ninho é o Corvidae Cyanocorax cristatellus que nos surpreendeu duas vezes ao saquear os ninhos em 23 de setembro de 1992, dois ovos, e em 12 de outubro de 1993 dois ninhegos na fase de eclosão.

Outros autores mencionam que a destruição de ninhos por ventos e tempestades parece ser uma causa frequente de mortalidade nesta espécie^2,3, embora, em algumas situações, o ninho resiste bem às tempestades⁶.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org