Theristicus caudatus

Hábitat

 Campos e pântanos localizados na borda da floresta ou arbustos densos. No pantanal do Mato Grosso, é visto também na borda áreas completamente expostos.

Localidades de observação

Poconé, Mato Grosso (5 ninhos),  Arcos, Minas Gerais (2 ninhos), Alto Parnaiba, Maranhão (1 ninho).

Epoca de reprodução

Pouco antes ou no inicio da estação chuvosa nas três localidades: setembro em Arcos e de outubro à decembro em Poconé e Alto Parnaiba.

O ninho

Em forma de plataforma, construída com gravetos secos.

Em Poconé, os ninhos são geralmente situados em árvores altas no campo, fora das áreas alagados. Em Alto Parnaiba, localizamos os ninhos na coroa das folhas da palmeira buriti Mauritia flexuosa.

Em setembro de 2016, em Arcos, observamos um ninho localizado em uma torre de energia, à 10 m de altura. (perdi a foto e não deu para medir). O ninho deu certo e os filhotes voarem em outubro do mesmo ano. Em setembro de 2017, um casal construiu um ninho a 10 m de altura em outra torre de energia e começou a chocar os ovos durante alguns dias, quando um dos adultos morreu eletrocutado.

Já existem muitos relatos que indicam que as curicacas Theristicus. caudatus têm utilizado as torres de transmissão de energia como poleiros ou sítioos de reprodução no Brasil (dar referencias

Dimensões: Diâmetro externo de xx cm; diâmetro interno xx cm; altura externa de xx cm altura interna xx cm (2 ninhos medidos). Peso do um ninho reformado seco 1100 g. Altura do solo dos ninhos era de 8 a 14 m,

De acordo com dados da literatura, no Uruguai, o ninho construído com galhos finos estava coberto de gramíneas¹. Na Patagônia Argentina os ninhos encontrados estavam em árvores ou na borda de penhascos².

Os ovos

A postura é de 2 (6 ninhos) ou de 3 ovos (1 ninho). Os ovos são de coloração bege com pequenas manchas marrom escuro em toda a superficie. Forma oval longo.

De acordo com estudos realizados por outros autores o número de ovos por postura variou de 1 a 3 ovos², entretanto, pesquisas realizadas no Uruguai registraram ninhadas com 4 filhotes¹, (o que pode sugerir uma postura de 4 ovos).

Incubação:

De 25 à 30 dias em dois ninhos de Poconé.

A literatura indica 27 dias segundo observações feitas no sul do Brasil

Descrição filhotes Não sei se vamos deixar porque nas outras espécies não sempre são descritos.

Nascem com uma plumagem branca, que destaca o bico preto. Prestes a deixar o ninho possuem o dorso cinza com marcas de branco e bege, pescoço e alto da cabeça com nuances de bege claro e bege escuro. Area desnuda em volta dos olhos de coloração cinza, assim como o bico e os tarsos. A íris é castanho escuro.

Permanência dos jovens no ninho:

Em um ninho a estadia no ninho foi observado de ser 47 dias e no outro ninho, os filhotes voaram com tempo desigual : dois filhotes voaram com 35 dias e o terceiro fihote do mesmo ninho com 46 dias.

No Paraná os jovens deixaram o ninho na média com 47 dias³.

Comportamento geral

Andam aos casais ou em pequenos grupos de 3 a 7 indivíduos, raramente sozinhos. São arredios e furtivos em locais onde sofrem com a pressão da caça e mais tranquilos nas áreas onde não são perseguidos.

Costumam caminhar lentamente na grama alta, nos campos ou no limite dos alagados, forrageando a procura de pequenos animais que vivem na superfície. Foi visto enfiar o seu bico no solo húmido para capturar as suas presas.

De acordo com dados da literatura, estudos com amostras fecais evidenciaram que a sua alimentação é composta predominantemente por artrópodes terrestres, dos quais, cerca de 90% são de formigas, e outros insetos das ordens odonata, diptera e chilopoda. O restante dos vestígios alimentares encontrados são de diplopoda, blattodea, coleoptera, hemiptera, orthoptera, sendo que os vertebrados contribuíram com menos de 1% de sua dieta³.

Os estudos realizados no Uruguai por outros autores evidenciaram que os dois adultos participam da alimentação dos filhotes e que os mesmos obtinham o alimento introduzindo o bico e a cabeça nos bicos dos adultos¹.

Em Alto Parnaíba, Maranhão, entre o mês de março a julho de 2007, foi observado que um casal retornava regularmente para o mesmo dormitório. Eles costumam emitir uma série longa de canto quando chegavam ao anoitecer e quando saiam ao amanhecer.

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org