General Informations
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Wingspan
Nests : location, seasons and description
Habitat
Ocorre em praticamente todo o território nacional e nas mais variadas fitofisionomias: desde as bordas de matas úmidas até capoeiras e áreas de clareiras mais secas4,6.
Locais de observação dos ninhos
Poconé, Mato Grosso (2 ninhos).
Época de reprodução
Observamos casais em reprodução entre os meses de outubro e dezembro. Outras fontes de informação sobre avifauna brasileira indicam que Tityra inquisitor reproduz-se de julho a dezembro6.
O ninho
Localizamos ninhos dessa espécie em grandes árvores, em cavidades que estavam a 20 e 22 metros acima do solo. Obtivemos as seguintes dimensões acerca de um dos ninhos: entrada com 22 cm de diâmetro; profundidade da cavidade de 30 cm de comprimento; diâmetro interno da cavidade de 15 cm; diâmetro do ninho propriamente dito de 12 cm.
Outras fontes científicas reforçam o conhecimento que temos sobre o comportamento de nidificação dessa espécie. Seus ninhos são estabelecidos em cavidades de árvores pré-existentes, a alturas que variam bastante de local para local, além de variações também nas dimensões dessas cavidades.
Dois estudos realizados na Argentina contêm registros de dois ninhos com características distintas. Um deles estava a 12 cm de profundidade em uma cavidade com 8 cm de diâmetro de entrada1 – medidas inferiores às que encontramos em nosso estudo. Já o outro ninho fora instalado pelos adultos a 17 cm de profundidade em uma cavidade com entrada de 4,5 cm de diâmetro que estava a uma altura de 19,2 m acima do solo2.
Eggs and young
Ovos e postura
Os ovos tem coloração rósea e pontilhados com grandes manchas marrons em tons de ferrugem por toda a sua superfície. Dimensôes. 27,2 x 21,5 mm, peso de 6,2 g. Forma oval pontiaguda longa, com dimensões
As postura são de ovos
Incubação
Não observamos
Os jovens
Não observamos
Permanência dos jovens no ninho
Observamos aproximadamente 33 dias (1 ninho).
General behavior
Comportamento geral
O anambé-branco-de-bochecha-parda é uma ave da família Tityridae, conhecido por viver aos casais e fazer seus ninhos em ocos de árvores Brasil afora. Em todo o nosso país é uma espécie residente, embora em algumas localidades seja considerada uma ave localmente migratória3,4.
Fêmea a macho estão sempre juntos e constantemente em movimento. Alimentam-se de frutos, principal componente de sua dieta, mas também capturam insetos e outros pequenos invertebrados principalmente no período de cuidado parental dos filhotes5,6. Observamos que juntos os adultos constroem o ninho e cuidam das crias, sendo que o macho investe bastante tempo e energia na vigilância e segurança de seus pequenos e sua companheira. Em estudo realizado na Argentina pesquisadores observaram que o macho pouco participou da coleta e construção do ninho em si, mas permaneceu em posição de segurança durante todo o processo enquanto a fêmea sozinha preparava o local para criar seus filhotes2. Já em outro estudo realizado no Equador os pesquisadores registraram macho e fêmea trabalhando juntos em todas as fases da reprodução, desde construção do ninho até o voo dos filhotes5.
Nossa equipe observou algo curioso em Poconé, Mato Grosso. Um casal de araçaris Pteroglossus castanotis instalou seu ninho em uma cavidade a poucos metros de distância de outra cavidade ocupada por um casal de T. inquisitor. Araçaris são conhecidamente predadores de ninhos de aves do gênero Tityra. Para o casal de anambés que observamos não deve ter sido muito tranquilo ter, na mesma árvore, vizinhos que simplesmente poderiam se alimentar de seus filhotes! Notamos, então, que o macho de T. inquisitor passava muito tempo atacando os araçaris todas as vezes que estes chegavam até os seus próprios ninhos a fim de alimentar seus filhotes. Apesar de que os ramphastídeos não tinham interesse em atacar o ninho dos anambés, muitas vezes o macho protetor conseguia afastá-los da árvore, impedindo-os de pousar.
Observamos também, em outubro de 2006, que logo após o nascimento dos filhotes a fêmea de T. inquisitor permanecia dentro do ninho por longos períodos. Porém, sempre que os araçaris chegavam até a árvore o macho vocalizava intensamente seus sons de alarme com estridentes “ch ch ch ch ch chá chá”. Frente a isso curiosamente a fêmea deixava o ninho e retornava apenas quando o macho se acalmava. Em uma das ocasiões a fêmea apresentou ao macho uma folha de cor verde, ato ao qual o macho então saudou com uma postura de acasalamento, abrindo e vibrando suas asas intensamente, vocalizando um som de “ta-ta-ta-ta-ta”. A fêmea vocalizou da mesma maneira e então entrou no ninho.
Definitivamente são necessários mais estudos acerca da biologia reprodutiva e do comportamento dos Tityridae, para enfim compreendermos melhor sua forma de agir, sua ecologia e então podermos preencher lacunas de conhecimento ainda existentes acerca da avifauna brasileira.
Field notes
Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org