Turdus rufiventris

General Informations

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Nests : location, seasons and description

Locais de observação dos ninhos

Quebrangulo, Alagoas (25 ninhos); Arcos, Minas Gerais (11 ninhos); Rio Doce, Minas Gerais (2 ninhos); Camaçari, Bahia (1 ninho); Poconé, Mato Grosso  (x ninho).

Epoca de reprodução

De janeiro à maio em Quebrangulo e Camaçari, de novembro à dezembro em Arcos.

Ninho

O ninho é construído em forma de uma taça, sendo sólido e profundo, com paredes espessas. O material usado e constituído de gravetos e tales de ervas, geralmente misturado com barro, especialmente na sua base. O interior e guarnecido de radículas finas.

A literatura corroba as nossas observações e ainda indica que as vezes o interior é revestido de gramíneas ou talos de flores 6,9,11

Dimensões : diâmetro externo 16 cm, diâmetro interno 8,5 cm, altura externa 15 cm, profundidade interna 6 cm, peso de 250 à 600 g. (10 ninhos).

O ninho e localizado em forquilhas de galhos geralmente perto do tronco das árvores, tais como mangueiras Manguifera inidica (7 ninhos), na baroca de um tronco quebrado (6 ninhos), no emaranhado de folhas de uma bananeira (4 ninhos). Também localizamos ninhos nas travessas de galpões sob o telhado (2 ninhos). A altura do solo vária entre 1,5  e 6 metros.

Outros autores confirmam essa descrição6,9,11. Pesquisas indicam também que os ninhos podem ser utilizados mais de uma vez, potencialmente como uma maneira de poupar energia durante o período reprodutivo5,10.

Muitas vezes, ninhos novos são construídos ao lado ou sobre ninhos já utilizados anteriormente10.

Eggs and young

Os ovos

Posturas de 3 à 4 ovos (37 ninhos).Os ovos apresentam cor azul esverdeada com manchas marrom-violáceas.

Segundo outros pesquisadores, as manchas podem ser tão numerosas a ponto de esconder a cor principal7,11.

Dimensões: 28,7 x 20,7 mm, peso 6 g (20 ovos).  Forma oval, variando entre tipo longo e curto.

Incubação

12 (4 ninhos), 13 dias ( 1 ninho) 14 dias (3 ninhos).

Os jovens

Ao nascer, os ninhegos apresentam pele nua de coloração marrom e verde-acinzentada nas costas, alaranjada nas laterais e na barriga. Uma observação minuciosa revela as dobras da pele de cor amarela, além de bico e pernas de cor roxa. É possível também observar alguns poucos sinais de penugem cinzenta nos filhotes novos.

Permanência dos jovens no ninho

O período é variável: 13 dias (3 ninhos), 15 dias (6 ninhos), 16 dias (2 ninhos) e 19 dias (1 ninho).

. Estima-se que esses períodos podem mudar de acordo com a região de ocorrência da espécie, além de outros fatores bióticos e abióticos.

General behavior

Comportamento geral

A sabiá-laranjeira é, sem dúvida, uma das aves que possuem um dos cantos mais apreciados no Brasil, além de ser muito comum em ambientes urbanos, parques, e áreas de mata mais abertas1,3,11. Pode apresentar diferentes tipos de canto a depender da época do ano. O macho, por exemplo, tende a apresentar cantos mais baixos, contínuos e variados durante o período reprodutivo, do que em outros momentos do ano5. Além disso, tende a ser mais territorialista quando está em período de construção do ninho e de cuidado parental5.

A dieta da sabiá-laranjeira geralmente é diversificada e generalista, composta por insetos, minhocas, frutos e restos de alimentos encontrados pelo chão1,7. Isso contribui com a adaptação da espécie a ambientes antrópicos como os centros urbanos, onde, mesmo com boa disponibilidade de alimentos naturais, os sabiás-laranjeira adultos preferem comer alimentos industrializados, além de insetos, nos períodos pré-ovoposição7.

Mesmo assim, durante a alimentação dos filhotes, os adultos ofertam apenas insetos, minhocas e frutas, mantendo a alimentação natural nas primeiras fases da vida de suas crias7. A proporção desses diferentes alimentos na dieta do sabiá-laranjeira mudará de acordo com a disponibilidade dos mesmos e as características do ambiente7.

A alimentação diversificada da sabiá-laranjeira é um ponto positivo para as espécies de plantas que dependem dessa ave para a dispersão de suas sementes1. Dependendo do tamanho das sementes dos frutos ingeridos, o sabiá-laranjeira pode regurgitá-las ou engoli-las e depois defecá-las. O fato é que em ambos os casos o sabiá-laranjeira pode contribuir positivamente no aumento da taxa de germinação das sementes, como demonstrado em algumas pesquisas realizadas nesse contexto3,4.

No caso da palmeira juçara, Euterpe edulis, o sabiá regurgita a semente após alimentar-se da polpa do fruto, comportamento avaliado como contribuinte para o aumento da taxa de germinação da espécie, nativa e de grande importância para a Mata Atlântica4. Já no caso da figueira-asiática, Ficus microcarpa, a semente é ingerida pelo sabiá-laranjeira e posteriormente expelida juntamente das fezes, o que também contribui para o sucesso na taxa de germinação dessa espécie3. A sabiá-laranjeira então, contribui positivamente para ambas as espécies de plantas mencionadas acima.

Porém, no caso da figueira-asiática observamos um fator preocupante, uma vez que o sabiá-laranjeira contribui na disseminação de uma espécie exótica invasora que, por sua vez, prejudica a flora nativa. Aqui fica clara a necessidade da espécie humana em refletir profundamente em todas as ocasiões nas quais introduzir uma espécie exótica, seja da fauna ou da flora.

Field notes

Entre em contato com a autora para mais informações: info@avesbrazil.org

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(Turdus rufiventris) Rufous-bellied-thrush/Sabiá-laranjeira